A culpa, seus partos e suas dores.
Por Gilvaldo Quinzeiro
O problema dos tempos sob a égide acusatória como o nosso,
não é de quem simplesmente acusa, conquanto, se possa com isso, condenar os
inocentes a fogueira, mas o de se aproveitar o ensejo para ‘vomitar os demônios’,
acreditando ter se livrado para sempre do prato, no qual, antes se comia
calmamente!
Não é sem razão que o estômago, e não a boca é a moradia das
nossas sensações de medo!
Os ‘demônios’, estas sombras, que nos atormentam, sabem tão
bem quanto os alimentamos da nossa hipocrisia, por isso, quão farto é o mundo
atual destas figuras.
Ai das religiões, que ‘milagrosamente’ prosperam, inclusive
se aproveitando do nosso medo e fraquezas, dado ser o atual contexto de
muitos pescadores sendo usados como ‘iscas’ e da escancarada escassez de peixe
- ‘fartura mesmo só de demônios’!
Talvez, seja esta a razão de tantas ‘redes’ à espreita?
Quão complexos são os dias de hoje. Tudo aponta para nós
mesmos: a frágil condição humana!
Paradoxalmente, a ciência parece cada vez mais de olhos
abertos diante da possibilidade da existência de vida em outros planetas – aí
sim os ‘diabos’ daqui ficarão seriamente diminutos, quase uma pulga - e nós envergonhados por tanta assombração!
Talvez não estejamos longe de um ‘parto’ de uma nova
consciência, não sem culpa, mas certamente da necessidade de uma nova teogonia.
A Terra é aqui mesmo, porém, o útero, que a gerou há de
estar nos apontando o dedo de algum lugar!
Os eventos históricos e cósmicos, portanto, parecem colocar
Platão e Aristóteles, um com o dedo na cara do outro. O resultado desse ‘diálogo’
é o porvir! Vamos aguardar, ainda que grávidos de muitas incertezas!
Feliz quarta-feira de cinzas a todos com muitas reflexões!
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