Uma escrita como paus de cerca
Por Gilvaldo Quinzeiro
A minha escrita é feita das mesmas varas tortas com as
quais o caboclo ergue as cercas das suas roças, que também são tortuosas, e quase
não servem para nada, isto é, “não é cerca que impeça o pulo dos bodes”. No
mais, ela, a minha escrita, faz parte da mesma paisagem rasteira qual a
caatinga.
A minha escrita é
feita do mesmo barro usado (pelo também caboclo) nas paredes porosas das suas casas que, como
se diz, “não têm nem lá dentro e nem lá fora”, porém, misteriosamente, através das destas paredes se pode ver também o mundo!
O dito aqui, não pode ser outra coisa, a tal escrita é ‘sumeriana’!
Bom dia a todos!
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