A sala de aula: que lugar é este onde o devorar é o mesmo que sobreviver?


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A sala de aula é o bicho, logo, é quase impossível sobrevivê-la, a menos que a devoremos antes de sermos  por ela,  devorados. O dito aqui de fato é assombroso, por isso mesmo, é da ordem do inefável. O tema deste texto é extraído, pois, da carne viva. De sorte que seu aforismo é inevitável.

Falar da sala de aula como um lugar “fantasmagórico” é referir-se a um lugar outro, aquele que de passagem, o ser humano na busca daquilo que lhe é cômodo, o evitaria à todo custo. Ora, veja bem, isso implica falar da sociedade com “suas vísceras expostas”, logo, daquilo que também nos cega!

E se é para falar, falemos!

Se por um lado, a sociedade se vangloria de ter alcançado  seu “status de tecnológica”, científica  e coisa e tal, por outro, porém, perdemos o seu status de humana. Então, qual a vantagem disso?

A sala de aula é o retrato não em preto em branco, mas colorido, vívido, de como estamos despido da própria pele. Ou seja, se por um lado a sociedade é o “frango esfolado”,  as autoridades que a representam, por sua vez,  é o seu “couro espichado”. E o que dizer então daquilo que se passa numa sala de aula?

Ora, a sala de aula   não é outra coisa, senão a própria “carne viva” – tudo aqui é da ordem onde “o encravado” por mais que seja regado com flores – é duro pra cacete!

Portanto, eis o lugar onde tudo nos faz lembrar as cavernas dos tempos primevos, logo, ficar de pé como homem é, antes de tudo por as mãos no fogo!

A questão, entretanto, a ser colocada imediatamente  agora é: do que adianta ser homem nos dias de hoje, se ser “bicho” significa ser o mais forte? Poderá a escola não sucumbir diante dos homens que não a querem verdadeiramente de pé?

Com a palavra quem ainda está em silêncio diante de tudo que se desmorona!

Quem enfim, se arrisca um grunhido?

 

 

 

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