O lá fora, e o deslocamento do "gozo": uma reflexão de tirar o fôlego!


Por Gilvaldo Quinzeiro

 

O mundo é um sopro, logo, é de dentro de nós, uma das suas partes. De sorte que, assim como o cão que sempre quando  encontra com outros, procura por  uma das suas  “partes perdidas”, ( a mitologia cabocla tem uma explicação até para isso) nós estamos não só a procurar, como muitas vezes a confundir o mundo inteiro como se só nosso fosse.

A esta parte procurada, damos  nome diversos: felicidade; alma gêmea; paz e outros que tais. Ora, se toda a realidade é constituída com algo que de nós a acrescentamos, então o segredo não está fora, mas dentro de nós.

Eu vejo com muita preocupação, muitas pessoas, sobretudo, os jovens a fazer do celular (só para dá um exemplo mais redundante), a sua própria alma. Motivo pelo qual, muitos roubos seguidos de morte têm sido motivados pela aquisição destes aparelhos.

Em outras palavras, é mais fácil encontrarmos  os nossos corações nas coisas que nos cercam, do que dentro de nós. Pois bem, isso é muito grave! E suas implicações são incalculáveis!

Isso implica dizer, entretanto, da nossa “exterioridade”, ou seja, estamos crescendo somente  pra fora, enquanto, pra dentro, nada. Uma das implicações que podemos citar como exemplo, é o fantasmagórico, ou seja, se estamos  mais “lá fora”, do que dentro de nós, então, assim sendo, passamos a nos assombrar com nos nossos próprios fantasmas , uma vez que, “as coisas” passam a ter os nossos olhos.

Por falar nisso, se nós olharmos atentamente as nossas ruas, vamos constatar o tanto de pessoas com distúrbios mentais, sobretudo, do sexo masculino. E saber que na época de Freud, as mulheres eram as mais acometidas, isso merece por parte das nossas autoridades, no mínimo explicações.

A propósito desta “exterioridade”, o que são os reality shows, senão o avesso das nossas intimidades?

Dito com outras palavras, “o prazer não está em se sentir o prazer”, mas em apenas ser visto tendo. Ora, isso implica imediatamente em duas coisas: primeiro, o deslocamento do gozo; o segundo, por consequência, o deslocamento das genitálias que, passam a ser substituídas pelos olhos.

Pirou?

Não. Sentindo-me deslocado!

E você?

 

 

 

 

 

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