O caso da familia Persseghini e suas reflexões possiveis...


 Por Gilvaldo Quinzeiro


Conquanto, as investigações do caso da família Pesseghini continuam, e que segundo a polícia, tudo aponta para a autoria de Marcelo Pesseghini, de 13 anos, quero ainda assim, levantar uma reflexão possível. Não sobre o caso em particular, mas a partir dele extrair algumas lições.
 

Pois bem, nos depoimentos dos am...igos de Marcelo prestados a policia, dão conta de que o mesmo, não só era aficionado por game, como expos o desejo de se tornar um “matador” tal como o seu personagem predileto.
 

A questão que eu quero retomar aqui (pois, já escrevi sobre isso em outros momentos), diz respeito a tênue linha que separa a ficção da realidade. Ou seja, afinal o que é ficção e o que é realidade, quando, o virtual já é da ordem daquilo que de nós não se separa?
 

Eu já falei aqui de um caso a mim contado por um adolescente que, sempre que ele anda de moto, e ouve uma determinada “trilha sonora”, o mesmo se transforma em outra pessoa, numa espécie de um personagem que, “faz manobras, além de andar a toda velocidade, que em outras situações não as faria”.
 

Também já ouvi casos em que, o jogador do game, mesmo tendo terminado o jogo, ainda se comporta como se ainda estivesse jogando. È aquilo que apropriadamente os jovens de hoje falam: “tá ligado”!
 

È claro que nada aqui, leva a concluir que no caso da família Persseghini ocorrera algo desta natureza, pois, somente as investigações nos dirão o que de fato ali se passara. Todavia, este fato nos chama atenção para “o mal-estar na civilização”. E digo mais, para o estado de “desraizamento” que individuo vive hoje em dia.
P

erdemos em certo sentido, a “a matriz”, a mãe. E nos tornamos órfãos de coisas, ensinamentos, valores que, nenhuma “mãe mídia” – aquela que está a criar os nossos filhos – trará de volta. Na verdade, para ser mais freudiano, o que nos falta mesmo é a figura do pai – o castrador, o que educa; o que impõe limites, por fim, aquele pelo qual nasce a “civilização”.
 

Por outro lado, eu tenho chamado atenção, inclusive em sala de aula ou em conversa com amigos para o fato de que, “perdemos a pele, logo, estamos em carne viva”. Isso significa dizer, que os atos de violência como este, não só se tornarão cada vez mais bárbaros e frequentes, como são ao mesmo tempo, o jeito pelo qual teremos a noção de que “ainda temos corpo”- o corpo que se “fantasmarizou” – e nós, seus fugitivos!

Por fim, isso é ficção?

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