Êxtase e exaltação a arte!
Por Gilvaldo Quinzeiro
A dor e o gozo não são do âmbito das palavras (ainda bem!),
mas do contorcer-se em vozes guturais. Graças a isso, homem algum exerce
controle – quem mais se aproxima dos seus espectros – é a mão da arte!
A mão de Bernini (1598-1680), escultor italiano em o “Êxtase
de Santa Teresa”, é um exemplo de como a arte nos aproxima da alma humana na
condição de tradutora de recados, que, de outro modo, jamais seriam decifrados!
Que expressão é aquela de Santa Teresa, senão a de um “gozo”
sem fim! Mas gozo de quem? De Bernini ao
se colocar no lugar da santa ou do anjo que transpassa Santa Teresa com uma
flecha? Quem foi Santa Teresa – a que Bernini nos revela em sua magistral obra
ou a que se fecha em seus mistérios?
Uma palavra: a arte em si é um gozo! Não
praticar arte alguma é ser possuído por todas as dores!
O “gozo” de Santa Teresa, ainda que pelas
mãos de Bernini é simplesmente contagiante! O mesmo Bernini que quase se “enterra
vivo” diante das críticas implicáveis a outras obras suas!
Em outras palavras, o artista é um homem, não
obstante a sua mente criadora lhe elevar a condição de “semelhante aos deuses”!
Santa Teresa que me perdoe, mas a sua
expressão cravada pelas mãos de Bernini me apaixonou!
Viva Bernini!
Viva a arte!
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