O circo e os ciclos da História: quem somos nós neste picadeiro?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Na História do homem, seja em seu aspecto político ou
econômico, “o mais adiante" nos espera com sua boca escancarada. Se o contexto atual é de total afazia, logo,
toda a palavra também estará muda, para, mais tarde reaparecer “gravida” de um
novo discurso.
Por falar na História do homem, ontem eu recebi de
presente o livro “Auto da Devassa de 1741 na Freguesia de N.S. da Conceição e
São José das Aldeias Altas”, das mãos do seu autor, o historiador Eulálio
Leandro. Bela visita e belo presente!
Ainda no dia de ontem, enquanto eu fazia minha habitual
caminhada vespertina, fui acompanhado por um jovem, que começou a me perguntar
ou a fazer considerações sobre o tempo presente; mais especificamente, no
tocante ao atual contexto econômico e político do Brasil. Confesso que nunca me
senti tão mudo diante de tantos questionamentos! Ganhei a tarde ficando grávido
do meu próprio silêncio!
“Na História há o que se “repeti” como fatos ou padrões”?
– perguntou-me o jovem. - No que lhe
respondo só agora: Para ser sincero, meu
jovem, bem que eu gostaria muito de acreditar que não! Porém, não há como negar
que estamos diante de “velhos atores” em plena forma física e mental atuando no
“picadeiro”, e a orquestra, diga-se de passagem, afinadíssima!
Sim, meu jovem, na História somos ora palhaços, ora
trapezistas – porém, na vida diário, nós não passamos de frágeis domadores de leões!
O agora, meu jovem, nos “abocanha” sem pena e nem dor. De
modo que, os mais eloquentes dos discursos, ainda que enfurecidos, são
narrativas de abafados gemidos! E não adianta desejar ter asas: eu e você não passamos de “pintos pelados” a se desvencilhar
da pata de um elefante! ...
Para o povo Maia, meu jovem, em cada época, o homem é
feito de uma matéria-prima diferente. Quanta a matéria-prima da qual os homens
do nosso tempo são feitos, bem que poderia ser a pedra, mas, eu acredito que
seja “pano de rede puída”! Mas, se você quer saber como eu me sinto
verdadeiramente - a resposta está mais do que pronta,
qual seja, um “sabugo”!
- E você?
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