Se matarmos a lagarta, não teremos mais a borboleta.


Por Gilvaldo Quinzeiro

Estamos plantados hoje no ‘voo’. Ninguém consegue mais colocar os pés no chão! Todos querem ser apenas a borboleta sem antes passar à condição de lagarta.

O preço pago para se olhar o mundo de cima, é caro! E quem paga o preço é o corpo – o mesmo que nos tempos medievais era queimado para enfim, ganhar os céus!
Somos hoje a ‘lagarta’, que faz da pressa de se tornar borboleta, a destruição de todas as folhas.

Um exemplo claro e gordo disso é a falsa ideia de que ‘malhar’ ou seja, frequentar uma academia, vai por si só nos devolver a beleza da juventude!  

Ora, estamos nas mãos dos falsos alquimistas – aqueles que nos prometem o milagre, através de simples receitas, como o uso de uma pílula ou o sacrifício religioso de uma dieta alimentar.

E assim sonhamos dormir com um corpo, e acordar com outro. De preferência com o ‘alheio’!

Por trás de muitas pessoas depressivas, está o uso das ‘asas’ como sinônimo de liberdade, porém, no afã do voo, desconhecem o chão, de onde deveriam partir, e mais do que isso, esquecem dos pés.

O mais assombroso, entretanto, não é ser a ‘lagarta’, mas, no afã de ser a borboleta, não se ter realmente espelho algum!


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