Coronavírus, e a epidemia do medo



Por Gilvaldo Quinzeiro


Como se não bastasse a doença em si mesma, o coronavírus vem provocando um outro efeito, tão devastador, quanto ou mais do que seus sintomas, que é a ‘epidemia do medo’.  No Irã, a população revoltada contra a transferência de pacientes infectados pelo covid-19, para outro local, ateou fogo no hospital. Até agora não há confirmação do número de vítimas. No Japão, uma correria aos supermercados motivados por falsas notícias, esgotou das prateleiras o papel higiênico além de outros itens. Na Coreia do Sul, o segundo país com o maior número de casos, depois da China, multidão forma fila para comprar máscaras. Na Itália, o país europeu com o maior registro da doença, uma cidade com 52 mil habitantes está em quarentena. Os italianos relatam medo e situações de pânico.  Por último, o Papa Francisco teve que cancelar a sua agenda por sentir sintomas gripais.  Em São Paulo, o número de pessoas, que procuram os hospitais, depois da confirmação dos 2 primeiros casos, tem aumentado assustadoramente. No Rio de Janeiro, as missas e os cultos estão sofrendo alterações em sua programação para evitar o risco de contaminação dos fiéis.

Mas a questão não para por aí. Há também o preconceito que a população de origem asiática vem enfrentando. Algumas pessoas têm adotado o isolamento, evitando sair de casa. Enfim, estes são alguns efeitos do coronavírus, que se alargam, para além dos sintomas da própria doença, e provocam outro tipo de contaminação.

Há também aqueles que se aproveitam para ‘brincar’ com o problema.  O voo da Westjet Airlines para Jamaica teve que retornar ao Canadá, depois que um passageiro ‘brincou’ afirmando que estava com o coronavírus.

Portanto, como já vínhamos falando reiterados vezes, tal é a complexidade e a porosidade dos nossos dias que um simples espirro basta para afetar o mundo inteiro. Infelizmente, para a nossa constatação, isso é real. E agora?

As autoridades de saúde do mundo inteiro se apressam para evitar o pior. Nestas situações, porém, um outro problema a ser temido se relaciona as questões de ordem política local, ou seja, onde,  para se evitar uma imagem negativa, os dados e as informações acerca da doença, bem como as providências a serem tomadas, podem ser simplificadas ou subestimadas.

Por fim, fiquemos atentos, mas não entremos em pânico, pois, esta seria o pior dos efeitos desta ou de quaisquer outras doenças e situações.

Um bom domingo, a todos!

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