O que nos abunda nestes tempos estranhos?



Por Gilvaldo Quinzeiro


Nestes tempos estranhos, marcado pelo deslocamento das coisas, desde o polo magnético da terra ao lugar do gozo, o ‘gozo’ já não há onde antes havia, eu tenho feito perguntas assombrosas! Uma destas perguntas é: há entre nós quem ainda seja um de nós?

Há?

Uma das coisas mais assombrosas da nossa época está no uso daquilo que deveria ser o mais humano dos atributos, a racionalidade – quem a tem? Quem a usa?

A ‘racionalidade’ usada para relativizar o possível de número de mortos, na sua maioria idosos, no Brasil, em virtude do covid-19 , o novo coronavírus, em defesa da economia, é algo assombroso!

Seus cães, pretejam-se dos homens!

O mais assombroso ainda é saber que entre aqueles que fazem o uso deste tipo de raciocínio, estão muitos cristãos e líderes religiosos! Imagine o velho Abraão, o patriarca hebreu, hoje incluso na lista dos chamados grupos de riscos, os idosos – não haveria os fundamentos do monoteísmo!

Que tempos estranhos, estes, não?

Sim. E não há nada mais atual do que a nossa pulsão de morte, eis o que nos abunda!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla