A nossa bolha ilusória. Com quais paus você faz a sua?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Se partirmos da premissa de Protágoras (481 a.C – 411 a.C) na
qual ele afirma ser o “homem a medida de todas as coisas”, haveremos então que
concordar no sentido de que nas nossas condições atuais ou a nossa ‘bolha
ilusória’ encolheu aponto de nos expelir dela ou esta se agigantou para além da
medida do próprio homem, posto que este já não serve mais como medida de nada.
A bolha ilusória? Como assim?
O dito acima é apenas para chamar atenção de que já não
suportamos habitar mais o real, naquilo em que este nos esmaga. Qual a nossa
solução adotada para isso? Vivermos em ‘bolhas ilusórias’, onde cada um tenta desesperadamente
conter o próprio fôlego para não eclodir a tal bolha!
Ora, nestas condições
em que nos faltam medidas ou parâmetros para tecer as coisas, é possível
que somente a ‘tinta’ de um Pablo Picasso (1881 -1973), o mesmo que pintou “Guernica”
quando essa fora por forças das bombas despedaçada, nos seria de alguma forma
mais acolhedora!
Oh que mundo é este onde somente a inspiração genuína de um
Pablo Picasso nos poria em nosso devido lugar? – uma tela cinza com a nossa já encardida loucura!
Mas o dito aqui não estaria mais direcionado à pincelada de um Salvador
Dali?
Sim, o surrealismo de Salvador Dalí (1904 -1989)! De fato,
se pensarmos bem, a centralidade do nosso tempo, se assim podemos falar, é
caraterizado entre outras coisas, pela invasão dos personagens oriundos dos
porões do nosso Inconsciente – o mundo surreal!
Mas aqui para atendermos o espírito do nosso tempo, teríamos
que ressuscitar para assombro de muitos, uma outra figura, o Senhor Sigmund
Freud (1856-1939! Não Foi Sigmund Freud quem criou as ‘varas’ com quais futucamos
todas as nossas cobras?
“As cobras de Freud”, as mesmas que insistimos em não
localizamos dentro de nós, não só permanecem vivas, como também serão as nossas
inquilinas quando pisarmos em Marte ou em qualquer lugar fora da Terra. A
questão que se coloca é: teremos ‘varas’ ou seremos curtos como agora?
Um bom domingo a todos!
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