A coisa, o bicho e o homem: tudo com a língua espigada!
Gilvaldo Quinzeiro
Foi-se o tempo das coisas em seu devido lugar, ou dos bichos povoando apenas a nossa
imaginação. Fértil imaginação, diga-se. Hoje, ou tudo se “homemficou”, daí os olhos das coisas passarem a ser como os
nosso, deixando os dos bichos mais arregalados ainda, ou tudo se “coisificou”,
o que significa, entretanto, que “o espírito do homem” há muito tempo nos abandonou,
e o das coisas, sobretudo o das coisas ainda não ditas, nos espiga a língua como se apenas bichos fôssemos!..
Em outras palavras, “a coisa pegou”, e o que dela se
fala (se é que se fala), é em tom de enforcamento. Ora, nunca os olhos tiveram arregalados
apenas para as cordas!
E quanto à língua?
- Bem...Estou apontando exatamente para a sua!...
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