A erosão do sujeito X erotismo: tá ligado?
Gilvaldo Quinzeiro
Neste tempo de coisas rasas e artificiais o sujeito
se fixa sobre bolhas à mercê de qualquer sopro. Dito de outro modo, sem as
raízes nos tornamos “desarvorados”, e como tal, em busca de solo fértil nos
plantamos nos “reality shows” nos quais não passamos de caricaturas.
Ora, o dito acima nos leva a uma causa e consequência,
a saber, “a erosão do sujeito e a avalanche de erotismo”. O erotismo em tal
estado aqui aludido é como o excesso de chuva, ou seja, só traz desmoronamento.
O sujeito, portanto, está afundado. E nestas
condições, o seu erotismo não passa de descarga como a do peixe elétrico,
quando atacado. Será esta a explicação para a tão recorrente frase dos jovens: “Tá
ligado”?
Sim ou não, o fato é que estamos todos “boiando”, e
nestas condições qualquer lampejo pode servir de isca ou anzol. Aliás, a nossa sobrevivência
tem sido apenas aparente face ao “mar de bocas” que nos espreita.
Em outras palavras, é o tal “mal-estar na
civilização” como Freud predissera?
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