O caminho, o sapo e a utopia: que reflexão é possível?
Gilvaldo Quinzeiro
De sapo todos nós temos. Trata-se da dimensão narcísica
que, como tal nos expõe a condição de
todas feridas. Aliás, em tempo onde “beleza” é uma questão de vida ou morte,
nunca andamos tanto com a “bunda na lama”.
Diga-se mais, nunca fomos tão sapos em tempo não de invernada, o que nos seria
o paraíso, mas, em tempo de seca estorricante!..
Inevitavelmente, este é o caminho e a nossa caminhada.
Não há como, pois, se deparar com os meandros da utopia, e sua força criadora
(ao menos no sentido de nos negarmos o esmagamento), sem a frieza dos dias que
nos sentimos na condição de sapo!
Talvez, a grande lição a se aprender nos nossos
dias, e não aprendemos nestes tempos todos de “gloria humana”, porque tal lição
nos exija mais da nossa condição e escuta de sapo que a de homem, posto que
este já engendrou seu próprio céu.
Uma coisa me intriga: por que tanto asco se se come hoje
apenas para ser belo? Que tipo de utopia é esta ou, pra ser mais enfático - que tipo de sapo nos tornamos?
Na verdade, se
nos aprofundássemos mais neste assunto,
ainda que, sem perdermos de vista as
beiradas, correríamos o risco de quebrarmos todo o
encanto!
Então seus urubus, quer sapo?
- Mergulhe!
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