O ATENTADO DE BOSTON: abrem-se as portas do terror. Fecham-se as do mundo com todos os seus cães?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O atentado de
Boston reabrem “as velhas feridas” cuja hemorragia nunca se fez estancar, pois,
não há mundo civilizado o bastante que não se sente sobre a barbárie. Ora,
paradoxalmente nunca “a civilização” se
avizinhou tanto do próprio lixo, especialmente numa época em que se mede perigosamente o progresso pelo
tanto de coisas que consomem. Destarte, como negar que a coisa mais
estranha é exatamente aquela em que se transformou o homem?
Pois bem, por falar em “estranha” , não era esta uma das
queixas que os suspeitos do atentado de Boston se sentiam em relação a sociedade Norte-Americana?
Afinal quem não se sente sem a sua
verdadeira identidade num mundo cuja marca é a volatilidade? Como falar em
“pertencimento”, se nada há para se pertencer, pois, tudo enfim dura tanto
quanto uma “bolha midiática”?
Neste momento os olhos do mundo estão voltados
para os Estados Unidos, mas quando estes se
voltarem para o Brasil!
Lembrem-se de que vamos sediar grandes eventos – Copas das Confederações,
Encontro Mundial da Juventude, Copa do Mundo, Jogos Olímpicos. Como nos sentir
seguros se nem as festas de inauguração dos estádios conseguimos evitar os erros mais infantis?
As cenas diárias em nossas ruas como explosões de caixas eletrônicos; ônibus
incendiados, estupros coletivos (até isso?) e assassinatos, já não são marcas da nossa sociedade com seu “jeitinho
brasileiro”?
Que os cães nunca
saibam disso, mas estamos nos tornando cada
vez mais o pior inimigo de outro homem.
Talvez, neste momento devêssemos muito aprender com os cães. Mas enfim, são os
homens que estão soltos, logo, os outros bichos que se cuidem!
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