Ser “gente” tem um preço. Mas há quem só pense no “ troco”, e continua de patas. Uma reflexão para nos lembrar de Freud
Por Gilvaldo Quinzeiro
Que a nossa natureza é animalesca, Sigmund Freud nos
afirmou categoricamente com letras garrafais, aliás, a vida toda este nos chamou atenção para esta condição. A
questão é que nos tornamos apenas em
“bichos letrados”, mas esta é uma condição outra, porque a primeira, continua como sempre -, uma velha afiliada
dos comedores de carniça.
Pois bem, o que isso tem haver com a cultura dos maias,
egípcios, gregos, romanos e a nossa -, uma luta pela ascensão aos “céus”,
aliás, que outra luta transformou a nossa “voracidade” em admiração?
Não é que os deuses nos admiram, pelo contrário, nem por
esta causa, deixamos de ser, “o jantar do outro que por muito pouco não nos
almoçou mais cedo”.
Ora, nos dias de hoje nunca esta luta nos tornou tão
intolerantes e carniceiros, senão,
vejamos. No Iraque, xiita e sunitas (pasmem, todos da mesma religião)
estão tomando um banho de sangue; budistas e muçulmanos estão se matando no
Mianmar, país asiático ( ver http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130422_mianmar_conflito_muculmanos_budistas_vale_este_rw.shtml). Isso só para citar um exemplo mais palpável.
Mas voltando a Freud, não à toa que uma das suas obras mais importante, “Totem e Tabu”
(1913-1914), a origem da civilização está ligada a um parricídio. Ou seja, o
nosso sentimento de culpa, logo, a nossa busca pela reconciliação com o divino,
com as leis, e por que não dizer, com a civilização, nasce de um suposto
assassinato, o do pai. Lembra, do que há pouco tempo fizemos com Jesus Cristo?
E o que fazemos com seu “santo nome”?
Esta questão se torna mais complexa, se em nossos dias tivermos ao menos a coragem de nos perguntarmos: afinal, de qual “bicho é a nossa pele, se aos olhos “cegos” do Outro tudo enfim é esburacado”?
Esta só Freud para explicar.
Comentários
Postar um comentário