O esquartejamento da civilização, e a elegância dos urubus!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O esquartejamento da civilização. O século XXI,
sobretudo para a “civilização brasileira”, no que tange a uma resposta eficaz
ao combate a violência, ainda não chegou. E talvez nunca chegará. O caso da
operação policial no Morro da Congonha, no Rio de Janeiro que resultou na morte
de Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, depois que seu corpo foi arrastado
naquilo que era para ser apenas um socorro – expôs o cérebro ainda pequeno de
alguns homens da nossa segurança pública.
Ora, lá no Rio de Janeiro pela sua visibilidade
enquanto cidade sede dos grandes eventos, está todo o nosso melhor aparato e
elite da nossa segurança pública! O bicho é quando saímos do centro do país
para a sua periferia. O Nordeste por exemplo. Em recente pesquisa, das 50 cidades mais
violentas do mundo, 16 estão no Brasil, e destas, 9 estão no Nordeste. Ou seja,
é aqui onde os bandidos como nunca estão fazendo a farra! Não há um dia em que não aconteçam explosões
de caixas eletrônicos, nas grandes, médias e pequenas cidades. E no Maranhão, nos últimos dias, estes casos
têm virado uma febre!
Pois bem, o caso de explosão de caixas eletrônicas é notícia da grande mídia. O que não se conta, porém, é o dia a dia do cidadão que já não pode ir nem mais a uma farmácia sequer, sob pena de não voltar vivo para casa!
Chamou-me atenção hoje a seguinte noticia: “sem
dinheiro para dá aos assaltantes, idoso oferece a aliança, e ainda assim é
baleado no Rio de Janeiro”. Ou seja, a violência atinge o nível em que os urubus,
já rejeitam a carniça humana, haja vista que de humano, nos tornamos urubus!
Uma coisa é a violência nos países em guerra, como a
Síria, por exemplo. Outra coisa é a violência pela violência gratuita, como a
que estamos perigosamente nos acostumando! Nos últimos dias, a notícia de
jovens esquartejados, alguns provavelmente pelos seus namorados, nos revelam o
quanto podemos estar dormindo lado a lado com quem tem fome do nosso próprio sangue.
E os jovens mais do que ninguém estão expostos, não aos pesadelos, mas, infelizmente
ao que é real!
Xô quem seus meninos?
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