O falso discurso de pertencimento
Por Gilvaldo Quinzeiro
As abelhas não se
dão conta da colmeia. Porém, o discurso em voga de “pertencimento” é dos homens, não sabendo eles quão falso o é. Se este discurso fosse
das abelhas, quão verdadeiro seria!
Ora, se os homens fossem as abelhas, o esporão seria sem
dúvida alguma, o seu discurso. Todavia, somente a cera, que também é produzida
pelas abelhas, lhes serviria mais a ideia de “pertencimento”.
Bem, o dito acima é para introduzir outro tema,
o da ebulição política dos nossos dias, a daqui, (do Brasil), da América
Latina e do mundo – pra quê ideia mais falsa de “pertencimento”?
Para começar, um tema quente do nosso cardápio político:
o “impeachment da Dilma” – a quem
pertence ou interessa este discurso? Que grupo legitimamente o reivindica? Esta
ideia soa-me como “aquela abelhinha” que, longe da colmeia se afoga agora na tigela
de mel. Ou seja, um suicídio espalhafatoso, porém, açucarado!
Dilma parece uma abelha sendo expulsa pelos seus próprios
companheiros da colmeia. Tudo indica que a safra de mel que antes alimentava a
tantos, agora se secou. “O voo da abelha
solitária”, eis no nome desse filme.
Pois bem, o mundo atual está para os homens, assim como a colmeia está para “aquela abelhinha”(a
do exemplo acima), isto é, longe de casa. Em outras palavras, aquilo para o
qual não se pertence - se destina “o esporão” ou o suicídio espalhafatoso,
porém, açucarado!
Na nossa vizinha Venezuela, o presidente Nicolás Maduro em defesa da sua colmeia,
dá picada como pode. Acuado por “invisíveis
vespas”, mandou prender um dos seus principais opositores, Leopoldo
López. Já na Argentina, a morte do promotor Alberto Nisman, deixa a presidente Cristina Kirchnne voando
para dentro da sopa quente: quem terá a frieza de lhe estender a mão?
Na Rússia, o
presidente Putin não sabe com quantas abelhas se espalha o mel. O assassinato
do seu principal opositor, Boris Nemtsov, poderá transformar o mundo, em
particular o Leste Europeu, em um “formigueiro”.
Claro que nestas alturas, todas “as vespas” voam.
Meu Deus!
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