O útero de todos nós, uma breve reflexão sobre o “barro” anímico
Por Gilvaldo Quinzeiro
O “barro” do qual a alma é feita, pode ser encontrado em
qualquer beira de brejo, o difícil, porém, é encontrar o “espelho” para pintar
o seu autorretrato. Eis a busca pela qual caímos todos os dias em “barreiros de porcos”!
Na estrada anímica, os mais bizarros encontros são da
ordem do “ comigo mesmo” , isto é,
aquilo que corre atrás de mim como a mais terríveis das assombrações – sou eu mesmo!
A boa noticia desta peleja é: ainda bem que somos feitos
de “barro”! Já imaginou se fôssemos de pedra?
Em certo dia, numa conversa entre amigos, em tom de
brincadeira, e me referindo a este assunto, eu respondi a uma pergunta sobre o
que seria “a natureza dos fantasmas”, dizendo-lhes o seguinte: “sempre que os
meus fantasmas aparecem, eu os convido para tomar um café”!
Sim, temos e somos feitos de coisas que, por serem tão
estranhas, preferimos vê-las nos outros – é o que Freud chamaria de projeção! Dependendo
de qual “espelho “ nos vemos, a
assombração pode resultar numa “bela” fuga!...
Por fim, em última análise, não é “o barro” do qual a
nossa alma é feita, que nos sustenta, a despeito da presença de outros jarros –
o outro das minhas costelas – mas, o parto imagético. É este parto, o das
imagens, que independentemente de
qualquer sexo ou opção sexual – nos conceberá com “útero”!
Comentários
Postar um comentário