Saudade do cheiro dos quintais!
Por Gilvaldo Quinzeiro
As velhas calças coloridas e sua boca de sino. Tempo
de muitas canções estradeiras, de mãos acenando aos sonhos, de jovens reunidos –
era o começo do mundo!
De lá para cá, os nossos “fios dentais”, grosso sorriso
com a bunda, canções que antecipam o vômito, tantos tênis de marcas em pés
fincados nas estradas virtuais – sinais do mundo no fim ou de outros fins já
sem mundo?
Saudade das canções de Belchior! Saudade das pescarias de
beiro de rio, quando dos rios se podia ouvir o cantar dos galos! Saudade de
ouvir o som da bola, no jogo da turma da outra rua, quando a bola também podia ser de meia!
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Gilberto
Gil
Ah Gil do gil do meu nome!
Como juntar os grãos de todas as manhãs perdidas como as tardes que nunca
chegam, esperando como todos os meninos, o amor com as novas estações?
Belos são mesmos os dias em
que acordamos apenas para sentir saudades! Quantas saudades voltam como os ventos que se dobram nas curvas
trazendo o cheiro de tantos quintais!
Belos dias das estradas onde
enxergávamos o final da curva! Forte o
cheiro dos cafés da manhã à beira de um fogão de lenha, próximo de um pilão
deitado!
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