A História e seus cemitérios
Por Gilvaldo Quinzeiro
A História nunca enterra seus mortos. O seu cemitério é ocular.
De sorte que, quando se deseja historicamente a morte de um sujeito, mais há necessidade da exposição do seu corpo. Foi
assim com Spartacus, Jesus Cristo,
Tiradentes e outros.
O cientista político, Francis Fukuyama não sabia desta informação, por isso acertou
um ‘tiro’ na própria testa, quando publicou a tese do “Fim da História”.
Nos últimos dias, vejo com preocupação o aprofundar das trincheiras ideológicas no
solo fértil das redes sociais. Vez por outra, uma foto ou um texto traz de
volta antigos cemitérios – quem são os seus visitantes? A quem interessa velar
seus mortos?
Aos poucos, uma ‘guerra’ se inicia por aqui. Porém, isso não significa dizer que esta guerra se limite
ao campo virtual. De fato, o
mundo está ficando cada vez estremecido. A questão, no entanto, é saber quem
arriscará a colocar ao menos a mão pelo lado de fora da janela?
Há fantasma para
todo e qualquer gosto à espreita. A crise econômica mundial tem feito ao menos
um “milagre”: ressuscitar o fundamentalismo!
Antônio Conselheiro, então, adoraria ver
com os próprios olhos a confirmação de uma das suas profecias, qual seja, “muitos
chapéus e poucas cabeças”.
Na verdade, a mecânica da história é implacável. O duro para as cabeças
– é preservá-las em seu lugar!
Mas, voltando a falar em “cemitério ocular”, Getúlio
Vargas escolheu a morte para se perpetuar, sem a qual, dificilmente seria lembrado.
Esta é, portanto, a visão de Vargas que mais me assusta!
Por fim, no que diz respeito ao estado agonizante do atual PT –
como evitar que a sua morte não abra os olhos de outros “defuntos”?
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