O imagético e a contemporaneidade
Por Gilvaldo Quinzeiro
Que imagem rasga mais do que aquela em que nos percebemos
em “carne crua”?
Os moradores da cidade de Castelo do Piauí sentiram na
própria pele o que “o dedo” humano pode provocar, quando colocado em nossas
feridas. Estou me referindo ao caso das quatro adolescentes, que foram
brutalmente violentadas sexualmente na semana passada por, salvo engano, três adolescentes
e um adulto. Um crime que revoltou a população local!
Pois bem, que imagem é mais chocante: a dos corpos em “carne
viva” – matéria-prima das nossas dores – ou das imagens de pessoas “sãs”, mas se
comportando como urubu ao se estraçalharem por uma foto daquele corpo, que também poderia
ser o seu?
Aqui em Caxias, no acidente automobilístico da última
sexta-feira (29), que vitimou duas estudantes universitárias – quem não se “rasgou”
para tirar ou
compartilhar a foto do sangue que antes
poderia ainda estar nas suas veias?
O tema das imagens tem sido falado por mim com recorrência.
Isso porque esta é uma questão que define bem a contemporaneidade e a sociedade midiática. Por isso, tenho estudado com muito interesse
esta temática! Temática esta que pela sua complexidade exige um estudo multidisciplinar.
Contudo, nas minhas reflexões sobre este assunto, eu tenho pensado que, o imagético é “útero e parto” ao mesmo tempo,
logo, somos filhos daquilo que nos escapa, e, por ele nos agigantamos para nos
grudarmos a sua “placenta”.
Bom domingo, mas com belas imagens!
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