Meu ‘peixe’, qual o nome da sua dor?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O texto abaixo, é um esforço para falar da condição do sujeito
contemporâneo e da sua falta de ‘folego’, diante do peso do existir. Para levar
a cabo esta tarefa, vamos partir da escuta psicanalista, sem, contudo, entrar
no seu mérito – tarefa esta que precisaria de um esforço e técnica mais aguçada.
O texto a seguir, portanto, falará da tríade - a palavra, o sujeito e a coisa - a ‘trempe’ da qual a subjetividade emerge.
A palavra não está no lugar. A coisa sim! Ora, nestas condições, o sujeito está ferido,
mas não consegue dar nome a própria dor. Eis, um dos quadros, que caracteriza a
contemporaneidade. É nela, a contemporaneidade, que o sujeito se esfola em
busca de elos e explicações para a realidade que o cerca ou da que o assola por
dentro.
Tantas são as dores. Mas, em contradição a estas dores, a
sensação é de um imenso vazios!
Como sentir o vazio, se em seu lugar a dor prepondera e
dilacera? Isso responde mais sobre ‘a coisa’ do que sobre a ausência do próprio
sujeito.
Em outras palavras,
nestes tempos, dado a sua complexidade, nos remete em certo sentido, de volta
às cavernas. Tal é a ‘avalanche’ das coisas sobre o sujeito!
Assim sendo, não há sujeito sã. E o pior, se ao sujeito lhe
falta a palavra, logo, isso implica psicanalítica da impossibilidade de ‘cura’(?).
Nestas condições, a Psicanálise é desafiada a ‘pescar’ o
sujeito no seu silêncio dilacerador. Ou seja, a Psicanálise precisa se refazer
das coisas; das coisas que assolam o sujeito
Por fim, a palavra é passagem. A coisa, um mar sem fim. A
relação entre ambas, isto é, a palavra e a coisa é mediada pela tensão unilateral,
logo, só a palavra se curva – a coisa permanece sem se dá conta de ser ‘pescada’.
E o sujeito? – um mero ‘sabuco’!
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