Paris ontem, uma reflexão hoje.
Por Gilvaldo Quinzeiro
Iniciamos a nossa peleja ‘palavrais’ de hoje, dizendo o
seguinte: na realidade, o mundo continua
o mesmo, isto é, muito pequeno para uns e grande demais para outros pularem
fora dele. Sorte tem quem escolheu satisfazer as suas ambições sentando-se na
primeira pedra do caminho, a exemplo, do filósofo grego Diógenes!
Nos atentados de ontem, sexta-feira, 13, Paris pareceu
pequena e tão ao alcance das atividades extremistas. Por outro lado, para quem tentou
“ pular fora”, tudo pareceu distante demais.
Parafraseando Heráclito, ao menos uma coisa é certa: “ninguém
dorme no mesmo mundo que amanhece”.
De todas as coisas chocantes existente no mundo, uma em
particular me choca mais, a saber, como as pessoas usam o Nome de Deus. Na
matança de ontem em Paris, por exemplo, o Nome de Deus foi usado como ‘senha’
para, em seguida, ser desencadeado o ato criminoso.
Afinal o que está em jogo? A luta para se impor um deus único para todos
ou um único deus para poucos? A pluralidade de deuses não reduziria tantos sacrifícios?
Como já tenho pensado e dito, a humanidade parece que nunca
saiu das ‘cavernas’. Na verdade, ‘as cavernas’ dos tempos atuais se tornaram
prisões mais eficazes. Platão precisaria estar vivo para se dá conta disso! Nem
a ciência com todos os seus avanços e conquistas, conseguiu nos livrar das mãos
de fanáticos, que acreditam seguir cegamente um ‘deus fiel’, ainda que para suas
preces, a ‘recompensa’ venha em forma de rio de sangue!
Meu Deus! Livrai-me de toda ‘fé’ que me torne cego!
Veja bem, o dito aqui não quer dizer que o fanatismo se restrinja
a esta ou aquela religião. Toda religião
exige ‘sacrifícios’, e dependendo do contexto histórico e dos interesses em
jogo, o fanatismo surge.
Ontem foi Paris. Amanhã será onde e em nome de quem?
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