Sim, seu cavalo!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Este breve texto é um protesto aos maus-tratos e o abandono
de cavalos e jumentos no Brasil, sobretudo, no Nordeste, onde há inúmeros casos
de animais abandonados ao longo das rodovias, provocando acidentes e outros
problemas, inclusive a morte de pessoas e a do próprio animal.
Pois bem, o
progresso já foi também festejado, quando puxado sobre lombos de cavalos.
Tudo
era ‘amarrado’ conforme os cipós disponíveis. Tempos de veredas, ladeiras e lamaçais,
mas nada que impedisse que “o novo, o útil e o indispensável” chegassem ao seu
destino.
Sim, o cavalo já foi os pés e as mãos do homem! Aliás, a
força propulsora para alavancar o progresso, era medida pela quantidade de
cavalos.
Entretanto, o progresso só é amigo dos seus próprios
interesses. Hoje, os pés e as mãos do homem ganharam asas. “O novo, o útil e o
indispensável” não se fazem por esperar: temos que dormir na fila como galinha
a chocar os seus ovos, do contrário, o ‘pinto’ não nascerá com a nossa cara.
“O velho”, ainda cheirando a novo é descartado com uma
rapidez incrível. O cavalo então, se tornou de pés curtos – um entulho vivo!
Sim, seu cavalo. Como negar seu apocalipse? Mas, o homem,
hoje, sem os pés no chão, pagará caro e com a corda no pescoço.
De fato, o progresso, a civilização e sei lá o quê mais,
deveriam fazer das imagens dos cavalos maltratados e abandonados, o seu próprio
espelho. Ou seja, ‘o cavalo’ que hoje rir à toa, amanhã será velado por quem?
Sim, seu cavalo, eu penso que penso, mas que pena de mim!
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