O ego consumidor. Tudo em nós é boca!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O consumismo.
Como não se tornar dependente? Como a sociedade vencerá a guerra contra
as drogas, se o hábito de consumir, inclusive o dispensável, é dado como “seios” desde criança? Como interpretar
o comportamento de centenas de pessoas, de várias idades, que passam mais de 18 dias a esperar numa
fila o lançamento de um novo produto?
Pois bem, o tão esperado lançamento do iPhone 6 , entre outras coisas, deverá bater o recorde de pessoas a
suportar dias e noites numa fila de espera. Mas esta noticia é repassada pela
grande imprensa como algo digno de comemoração! Afinal se “sacrificar” para
obter um novo produto a qualquer custo, vale a pena? Ora, fazer destas imagens o símbolo da “civilização atual” é fechar os
olhos para as filas dos também famintos da África. A fome pelo consumismo é tão
voraz e revoltante, quanto a fome que
mata milhões por falta de comida no mundo inteiro. Com uma diferença, o
consumismo nos tornará os “cupins da Terra”!
O consumo tem sido usado perigosamente
como o parâmetro para se medir
todas as coisas, inclusive, (pasmem!) a felicidade! Bem diferente daquilo que um dia pensou, o filosofo grego
Protágoras: “O homem é a
medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não
são, enquanto não são."
Se
o consumo é hoje a medida de todas as coisas, a vitória na luta contra a “obesidade narcísica” e outras que
tais, não será outra, senão a de “Pirro”. Em outras palavras, a espécie humana
estará fadada ao fracasso, ainda que para
muitos o tal fracasso seja
comemorado como uma esplendida vitória!
O fracasso no combate as drogas em todo o mundo, não
poderia ter espelho melhor. Isto é, somos
“viciados” em nossa própria imagem. E neste tipo de “vício” as nossas
mãos e olhos são uma
coisa só: a boca -, Freud não
precisaria abrir a sua para nos explicar mais nada – tudo hoje
nos “acriança”! E como tal o gozo é da ordem que nos perverte. Eu
acrescentaria: “o deslocamento da genitália” inverte também nosso masturbar!
E ai mano, a
tua mão passa tanto tempo ocupada com que não te ergue mais
a cabeça?
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