O século XXI, suas leituras e contradições
Por Gilvaldo Quinzeiro
Fazer uma leitura do século XXI é se deparar com as
suas arestas e contradições, logo, é adentrar a ambivalência humana, e, através
desta nos darmos conta que em certo sentido, nunca ultrapassamos “os muros
medievais”.
Pois bem, é a respeito dos limites, contradições e ambivalência deste
século que vamos tratar. Para isso vamos tomar como ponto de partida dois fatos
que por si sintetiza esta contradição, a saber, a ciência e a religião.
Vejamos.
Ao mesmo
tempo em que estamos tão perto de desvendar a “partícula de Deus” ou o bóson de Higgs, pesquisa que já rendeu o Prêmio Nobel de Física ao cientista François Englert, naquele que é considerado um dos mais caros e complexos experimentos já montado
pela ciência – o Grande Colisor de Hádrons(HLC)
-, a humanidade, por outro lado, nunca esteve tão próxima de um conflito global
e de larga escala, como o que se inicia na caçada aos membros do Estado
Islâmico, isso sem falarmos em outros conflitos, tais como na Ucrânia, Síria,
entre outros. Não é sem motivo que o Papa Francisco já batizou este conflito
como o “o inicio da terceira guerra mundial”. O que um fato tem a ver com o
outro? Nada, apesar de ambos se referirem ao “nome de Deus”!
Stephen
Hawking, um dos papas da ciência de hoje advertiu no
prefácio do seu livro “Starmus”
a respeito das consequências desta pesquisa para com a vida do planeta
Terra, ainda que tais consequências sejam remotas. Eis a ciência diante de uma heresia?
No remoto Oriente Médio, 66 mil sírios estão marchando agora rumo a fronteira da Turquia fugindo das ações
dos jihadistas do Estado Islâmico. Mas o que isso tem a ver conosco? Nada, se já
deixamos de pertencer à espécie humana! Eis a heresia dos que estão a fugir ou
dos que estão a perseguir?
As noticias que nos chegam da Argentina nos dão
conta de que a Presidente Cristina Kirchner
sofreu ameaça de morte feita pelo Estado Islâmico pela sua relação com o
Papa Francisco. O próprio Papa Francisco foi advertido pelos serviços de
inteligências de que o grupo jihadista o ameaça de morte. Eis a morte de uns para garantir a travessia de outros
no Mar Vermelho”? Ou eis o sinal de que esta marcha atravessará o
Atlântico?
Portanto, em confronto no século XXI, as velhas
batalhas. Saber quem as venceu, talvez não tenha graça nenhuma pro século
vindouro, caso haja no próximo século quem ainda viva ao menos para duvidar. No
final que Deus sentirá fome por nossos desperdícios? Ou que ciência nos dirá o
que comer quando nos restar sobre nós apenas a nossa carne viva?
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