O fogo e o graveto. Na mão de quem está segura a de Deus?
Por Gilvaldo
Quinzeiro
O “fogo e o
graveto”. O arder do outro é sinal de
que o rio corre distante, de modo que, as chamas
em que ambos se fundem, não podem se apagar. Mas o vento produzido por este arder, há de
lamber o que para o rio não significa sede. Fora isso, tudo mais
é coincidência e coexistência - até que
o homem chega com o “sopro” – daqui pra frente a história é outra. Na mão de
quem a de Deus está segura?
O texto acima é uma pequena introdução a uma
reflexão acerca do que poderá vir a ser
uma “nova guerra” na região conhecida
desde a antiguidade como Crescente Fértil. Estou falando da operação que vai tentar destruir o Estado
Islâmico. Eis o texto.
Uma “nova guerra” é anunciada, desta feita contra o
grupo jihadista do Estado Islâmico. O anuncio foi feito ontem, sexta-feira, 12
de setembro, pelo Presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama. Um grupo de países
deverá fazer parte deste esforço norte-americano. Possivelmente, os mesmos países que no passado recente ajudaram na invasão do Iraque, bem como na guerra
contra os talibãs no Afeganistão.
No passado, na Primeira ( que completa 100 anos) e na Segunda Grande Guerra Mundial, o mundo se
dividira em duas coalizões, uma para destruir a outra, e milhões de pessoas
foram mortas em defesa de seus respectivos interesses. De lá para cá a
indústria bélica nunca parou, pelo contrário, só tem aumentado. E a “Paz” tem sido usada apenas como
retórica, seja, nos discursos das lideranças políticas, seja na pregação dos
líderes religiosos. A questão que
levanto é: até quando as guerras serão usadas como um ato persuasório em nome
da “segurança e da paz”?
Uma nova guerra por quaisquer que sejam os motivos,
e contra quem quer que seja, é um
fracasso da civilização atual ! Não deveríamos no estágio em que se encontra a humanidade nos unirmos contra a real possibilidade da vida na Terra se acabar ? Por que ainda temos que fazer um
gigantesco esforço para unir uns com
objetivo de destruir os outros?
Isso me faz chegar a conclusão de que, a humanidade não mudou nada ao longo desse
tempo. Os velhos interesses de
sempre brotam como se fossem novas
sementes. O mundo de hoje é cada vez mais parecido como o do tempo dos persas ou
dos romanos . Novo mesmo é
com que se mata!
Bem, uma guerra qualquer que seja ela, tende a
iniciar outra, ainda que os vitoriosos de
hoje, amanhã, dos derrotados já tenham
se esquecidos. Não será esta
“nova guerra” uma consequência dos erros passados? Portanto, uma
Nova Filosofia deve ser gestada no mundo – aquela em que a convivência entre as
diferenças seja uma lição a ser aprendida diariamente!
Falar da necessidade de uma Nova Filosofia para o mundo,
é dizer que as religiões, conquanto, imbuídas dos “propósitos de Deus” também fracassaram! Um Deus que mata
os que não o ama, não é tão diferente dos homens que
justificam a matança em seu
“santo nome”!
Antes do homem,
“ o fogo e o graveto” já coexistiam. Não que os incêndios não
existissem, mas nada que pudesse
alterar a existência de ambos . Porém, “o sopro” do homem, tornou a Terra
habitável apenas a quem lhe interesse existir. E assim, “o fogo e graveto” se tornaram aliados do homem a serviço do
quê?
Ora, ao longo da história quantos deuses caíram e
quantos levantaram? Quantos impérios se ergueram e quantos ruíram? Por
fim, se
a história comprova que os homens
não podem coexistirem pacificamente com as suas crenças, que retornemos ao
tempo no qual havia apenas a coexistência pacifica entre o “fogo e o graveto”!
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