Uma reflexão pela Paz!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Se a humanidade quiser ainda permanecer de pé, neste
planeta que lhe pede socorro todos os dias, precisa voltar seus olhos
urgentemente para a cidade síria de Kobani; de modo especial, aos seus poucos
sobreviventes, de uma população de cerca de 400 mil habitantes, grande parte destruída
em sangrenta e louca guerra civil. Precisamos, pois, nos colocar na pele das
suas mulheres e de suas crianças, que agora mesmo estão a vagar sob os
escombros a procura do que antes lhes pareciam tão sólido -, se quisermos
restaurar a dignidade humana!
Kobani chora, mas
não mais pelos seus mortos perdidos em infernais batalhas, e sim, pelo seu
recomeço. Ali, em Kobani, uma cidade de 7m², na fronteira entre a Síria e a
Turquia, estão as marcas vivas daquilo que a civilização é capaz de fazer a si
mesma, pasme! - em nome de ‘Deus’ ou do
poder temporal!
Se a humanidade quiser pensar na Paz, não como retórica de
livros de meditação, mas como algo vivido no dia a dia, precisa se colocar na
pele dos milhões de pessoas, que passam fome na África e dos milhões de refugiados,
que estão agora a marchar sem rumo e sem direção, e tendo por ‘promessas’, não
as boas-novas da terra prometida, e sim, a notícia de que muros se erguerão
contra si.
Pensemos no drama dos milhares de refugiados haitianos no
Brasil atraídos pela inspiradora mensagem de que “somos um povo acolhedor”. Porém, só eles, os refugiados haitianos sabem,
o quão aqui se sentem estrangeiros e mal acolhidos!
Pensemos na luta renhida dos nossos índios para assegurarem
suas terras. Como podemos ser tão cegos,
surdos e mudos para o drama dos primeiros habitantes do Brasil?
Por fim, não são os reis e príncipes que desejarão mudanças!
Para estes, a humanidade vive o seu melhor esplendor. Todavia, para aqueles que
estão em “carne viva” lutando para salvar a própria pele, estes sim sabem como ninguém
que nunca a humanidade saiu das “cavernas”. É como se Platão com seu “mundo das
ideias” nunca tivesse nascido!
A luta pela despoluição do rios e mares, terras e ares
começa pela nossa cabeça. Despolua-a o quanto antes!
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