A violência. Onde vim “amarrar meu burro”?
Por Gilvaldo Quinzeiro
A pedido de um colega jornalista, que me desafiou a falar
sobre os “novos tempos”, especialmente sobre as chagas produzidas pela
violência, bem como o comportamento que possa estar por trás dela (a
violência), resolvi escrever o texto que segue abaixo.
Pois bem, um dos aspectos dos “novos tempos”, eu vou metaforizá-lo
dizendo o seguinte: “faltam-se “estacas”
nas quais se deve amarrar o nosso burro, logo, o seu dono contem-se em vê-lo
preso aos tênues fios de teias de aranhas – pilares invisíveis da nossa dura realidade!
”
Ora, assim sendo, todos “os burros” estão às soltas, e o “dono”
amarrado e acangalhado!
Portanto, a violência é carne da nossa carne; o outro lado,
é o arame farpado – tomar consciência – só ficando de olho enganchado!
Falta-nos, pois, a figura do Pai, a nos mostrar o Princípio
da Realidade.
De repente, no afã
de se dá o melhor para os nossos filhos, tudo é “mãe”. Ora, o ato de se “passar
meramente a mão sobre a cabeça”, não dá aos nossos filhos, “cabeça” alguma - só
corpo pedinte!
Não estou aqui, fazendo apologia aos castigos, estou me
referindo a necessidade de “ensinamento” que se faz eloquentemente não com
palavras, mas com “exemplos”.
Estamos apenas enchendo os nossos filhos de “biscoitos
recheados e brinquedos eletrônicos”. Educar que é fundamental, nada. Por isso, os
jovens estão aprendendo acerca da realidade se atirando sobre ela, tal como um
guerreiro que ao tentar atingir a caça
com sua flecha, tivesse que se lançar simultaneamente com ela. Uma tática
suicida, diga-se de passagem
As drogas têm sido um caminho escolhidos pelos nossos jovens
para “atenuarem ” o sofrimento das suas carnes vivas em contado com “o arame farpado.
” E o resultado é que muitos têm de fato ficado enganchados! As “Cracolândia” é
a prova de que nos aproximamos mais dos urubus: tanta asa para voos tão rasteiros!
Por outro lado, não podemos nos esquecer de que a violência
é “a carne” que alimenta muitos interesses, de sorte que, para combatê-la nos exige
no mínimo que saibamos para que lado ficou “o rabo do burro”. Caso contrário,
só tomaremos conhecimento – com um coice na testa!
Portanto, a violência é este coice na testa! A pressa de
todos nós, pais e educadores, grávidos pelos “novos tempos”, não nos permite olhar
nos olhos dos nossos filhos. Agora imagine em meio aos “arames farpados”!
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