O saco está nu: o que mais nos resta?
Por Gilvaldo Quinzeiro
“O rei está nu”. No varal resta apena fiapos estendidos. O
povo começa a se dar conta de que a janela estava sempre aberta, e a bunda antes
supostamente vestida, de fora!
Não é à toa os sonhos recorrentes, “andando pelado” – um retorno
aos primórdios da infância na qual a palavra dita, vestia a criança despida de
tudo! Nem os faraós na sua pretensão de serem deuses, escaparam ilesos à nudez onírica.
Pelas mãos de artistas renascentistas nasceram “anjos e
demônios” pelados. O que isso tem a nos dizer? A resposta é simples: não há
época vestida de conceitos rigorosamente “costurados”. Tudo é poroso!
Veja só, não é de sonho o que estou falando: estamos todos
nus em relação ao nosso tempo sem nó e amarradio! No Brasil de agora abunda a realidade nua e
crua!
A aprovação da redução da maioridade penal pelos Deputados
Federais, depois que este mesmo tema havia sido derrotado 24 horas antes, expõe
“o fio dental” dos nossos parlamentares e por conseguinte da sociedade
brasileira. Ficamos de bunda e seios expostos!
No Brasil diminuiu consideravelmente o número de desdentados.
A questão do momento, é a exposição à navalha dos nossos algozes. Estas nunca
foram tão afiadas como agora. É a estas navalhas afiadas que estamos todos nus.
Por fim, não adianta coçar o saco. Saco tem quem ainda
acredita em seus dedos. No mais, há ventos frios roçando por toda as partes pudendas!
Bom dia!
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