Nas 'asas' da ansiedade
Por Gilvaldo Quinzeiro
No tempo em que as cartas viajavam em lombo de burro por
estradas íngremes e pedregosas, as mensagens contidas nelas em que pese os seus
longos dias de viagem, eram recebidas como atuais. O esperar por mensagens era
o gesto único! Mensagens estas que, às vezes chegavam da mais inusitada forma, como,
por exemplo, no ‘cantar’ de um pássaro!
Imagine o tempo que se levava para se decidir escrever uma
carta de amor com o pedido de casamento, até, enfim, o retorno desta, em forma
de resposta! Imagine o tímido apressado
em tomar decisões!
Hoje, a mensagem chega pela mesma boca: a mesma boca que,
de tão apressada, se esquece de cumprimentar a quem se destina a esperada mensagem!
...
E se de repente, o homem tivesse asas? Ora, e já não as
temos - as ‘asas’ da ansiedade?
Em outras palavras, diante da ansiedade, que nos arremete pelo
para-brisa, a rapidez dos automóveis, por exemplo, nos faz andar a passos de
tartarugas. Veja que paradoxo!
Por isso, cada vez mais, um noivo ou uma noiva morre a
caminho da igreja!
De nada, penso, adiantaria o homem ter asas. O que se
precisa mesmo é de paciência ao menos para desabotoar a roupa!
Por fim, o homem com asas seria um desastre!
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