O poeta, o mundo e o poço
Por Gilvaldo Quinzeiro
A sociedade jaz sob os escombros
das utopias. A barbárie, uma velha face humana que, aliás, nunca desapareceu, e
que usa sempre uma maquiagem discursiva, ressurge vertiginosamente alimentando-se
não só do medo, mas de toda a carne viva disponível.
Lá mais embaixo, o corpo que
se despenca... O poço é fundo, e não adianta cordas, tatuagens ou pichações –
não há, pois, conteúdo só a caverna disforme.
Eis o mundo nu e cru sem a
intermediação da poesia!
O poeta é um tecelão, um costurador de vazios
e um amaciador de feridas. O poeta é um ferreiro a fazer da poesia, estrada e trincheira...
Ai do mundo sem os poetas! Ai do mundo apenas em carne viva!
O poeta é nas horas mais agudas, a pele do
mundo!
Viva todos os poetas!
Comentários
Postar um comentário