Com a ‘morte’ não se brinca: e com a vida?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Na morte não há motivo para se preocupar com o controle dos
esfíncteres. Ao menos nisso a morte se presta. Ou seja, com a morte se atualiza
um velho discurso: o silêncio!
O dito acima prova que desperdiçamos toda uma vida em
gestos tardios no afã de plantar pesadas imagens sobre nós mesmos! E aí de
repente, sem aviso prévio, vem a morte ‘desenterrando’ tudo.
Afinal o que somos?
Ora, não é de hoje que o homem lhe faz esta pergunta. Do
índio na sua remota tribo aos papas e filósofos, todos se perguntaram. Em cada
época e a cada modo, uma resposta.
Hoje com as novas descobertas, sobretudo no campo da
astronomia, a questão sobre o que somos ou de onde viemos nos ‘aproxima’ mais
dos egípcios antigos(?). Em breve
saberemos enfim, da importância de mumificar o corpo?
Em falando sobre o corpo, como negar que hoje estes são ‘velados’
ainda vivos por guardiãs em forma de tatuagem? Que tipo de ‘templo’ se tornou o
corpo? Quem ainda o habita?
O bacana de tudo isso mesmo não são as respostas, mas as
reflexões. A propósito, me chamou muito atenção o caso de um homem, Antônio
Francisco Calado, 57 anos, que mora há 25 anos dentro de um buraco construído por
ele mesmo, em Goiás. Este fato foi divulgado recentemente pelos jornais.
Bem, estará este homem mais apto do que nós a lidar com a
morte? O que significará a morte para ele? Se ele já mora dentro de um buraco,
com a sua morte, onde este será enterrado? Será ele a ‘múmia’ viva de si mesmo?
E a vida. O que é a vida que já nos escapa para nós?
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