Uma palavra aos esquartejados


Por Gilvaldo Quinzeiro



A palavra é como um feto, e como tal, é um sinal, mas que nem sempre pode revelar tudo por si mesmo - um cajá ou um jacá? A resposta, vai depender de que lado fica a barriga de cada coisa!

Uma palavra dita, é sempre parto de alguma coisa. Disso não tenhamos dúvida. Seja daquelas coisas que nos abundam, seja da bunda daquelas coisas.

O dia de hoje, bem que merecia, uma ‘mãozinha’!  Uma ‘mãozinha’ -  para quem já anda esquartejado -  valeria mais do que quaisquer palavras, sobretudo aquelas que são ditas como velhos clichês.

Mas que dia mesmo é hoje? Em Angola é o dia nacional para se “ lavar as mãos”. Aqui no Brasil, o Dia dos Professores!

Bem, em relação aos professores, o Brasil sempre “lavou as mãos”. Por isso, aqui se instalou uma verdadeira usina de políticos de mãos sujas; mãos estas que aos poucos estão sendo amputadas. Se apressarmos mais, o Brasil, enfim, se verá livre também de todas as suas  sujas cabeças!

Voltando a falar da palavra como um feto, “a pátria educadora”, não passa de um espirro. Longe ainda está de ser contemplada como uma realidade! Se antes, com o alarde do dinheiro do pré-sal, o qual, em grande parte se destinaria a educação -  soava como um tambor desafinado -  hoje com os escândalos da Petrobrás, bem como, o desfecho de toda esta crise, que destino restou a educação?

Por falar em destino. Neste instante, me vem uma triste lembrança, a saber, do quadro de abandono dos jumentos em muitas regiões do Nordeste. Aqui mesmo na região dos cocais, uma reportagem exibida num canal de televisão, dava conta de que os jumentos estão sendo abandonados pelos donos às margens das rodovias: que destino horrível!  Os mesmos jumentos que, como diria Luiz Gonzaga, “ajudaram carregar o progresso local”.

Será este o mesmo destino dos professores?





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