O futuro, a religião e as axilas: tudo enfim tem um cheiro
Por Gilvaldo Quinzeiro
O futuro que ‘diabo’ será e a quem pertencerá? Eis um tema
tão caro e tão recorrente às religiões – não o futuro – mas o ‘diabo’.
O futuro está para nós como as axilas, isto é, temos, mas
não as percebemos, exceto pelo seu mau cheiro. Assim sendo, pelo cheiro de ‘peixe
podre’, enfim, estamos de cara com o futuro!
O passado é por aquilo que os jovens palestinos atiram suas
pedras. O presente é o modo pelo qual os israelenses ostentam suas armas. O
futuro poderá ser o ‘enterro’ de toda a Terra Santa com o seu povo escolhido!
Ah! As axilas de Deus, afinal o que estas têm a ver com as
nossas?
Em “Moisés e o Monoteísmo” (1937-1939), Freud coloca seu ‘nariz’
exatamente nas ‘axilas’ do povo judeus chamando atenção para o fato de que
estas não são tão diferentes das nossas, em que pese toda a sua caminhada ao
longo da história. Pelo contrário, é exatamente esta caminhada ao longo da
história que as fazes sujeitas ao odor! ...
Claro, eu estou aqui parodiando Freud. Não mais e nem menos
do que isso. Ou seja, as ‘axilas’ usadas aqui não são as de Freud, mas as
minhas.
Feito este esclarecimento, prossigamos. O ‘diabo’ do futuro
é que de fato ele chegou. Para ser mais preciso, o futuro chegou com o cheiro
de enxofre.
Voltando a falar a respeito das religiões, e as colocando
em sua caminhada histórica, eu digo o seguinte: o patriarcado está entrando em
crise ao passo que, o terreno fica fértil para a entrada em cena das ‘deusas-mães’.
Em outras palavras, a crise global, mais
especificamente, as alterações climáticas com todo o peso de suas consequências,
levará a humanidade a invocar a figura salvadora da Mãe – a mãe terra e a todas
as outras representações da figura maternal.
Ora, isso não acontecerá sem que antes não tenhamos nos
fartados de comer a ‘carne’ dos irmãos.
Não foi assim que deu início a ‘civilização’? Freud explica muito bem
isso em “Totem e Tabu” (1913-1914).
Por fim, quanto aos postulados desta minha ‘tese’, eu espero
sinceramente estar completamente equivocado! Mas até lá, eu ficarei atento ao
cheiro das coisas, em especial, das minhas axilas!
Estamos sempre querendo esconder o passado podre, o futuro incerto e o odor das axilas com um bom desodorante. Nem sempre conseguimos.
ResponderExcluirBelo e oportuno comentário, amiga Heloísa! Obrigado pela sua vista! Grande abraço.
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