A cavernosa existência
Por Gilvaldo Quinzeiro
O texto abaixo é dedicado aos pais e educadores.
1. O limite para a fome voraz do cupim não é outro, senão o
completo desabamento da casa sobre o mesmo.
2. Estamos nós nos tornando numa nova espécie de cupim? Estão
os amarradios da condição humana tão puídos assim?
3. Estamos nós diante de uma situação na qual podemos
comparar a frágil estrutura egoica dos nossos filhos a meras bolhas de sabão,
que a um leve toque, estouram?
4 . Qual o papel dos pais, quando por se temer o colapso
dos filhos, só se pode lhes dizer Sim?
5. . Nestas
condições em que o Não é impossível de se dizer, o que enfim, se ensinar nas
escolas?
6. Qual o papel das instituições, diante do desmoronamento
do ‘edifício humano’?
7. Sejam quais forem as respostas a estas perguntas, elas
nos remeterão a uma questão mais complexa: o mal-estar na civilização, conforme
falara Sigmund Freud.
8. O ‘diabo’ da falta de limite dos nossos filhos é a causa
do ‘diabo’ dos males da gente.
9. Em outras palavras, o Não que nos falta na língua pode
resultar no Sim da sua perda total.
11. A propósito, um dos pratos devorados com mais
voracidade nos presídios, em particular, no de Pedrinhas, é de carne humana.
12. Sim, isso mesmo! De carne humana! Carne humana de
muitos daqueles que que preferiram dizer Não a escola. Carne humana de muitos
daqueles que preferiram dizer Não a
família; a mesma família que sempre lhes disse Sim, Sim, Sim!
13. Vejam, senhores e senhoras o paradoxo no qual estamos
mergulhados! Vejam, senhores e senhores, o quão é complexo a realidade dos
nossos dias!
14. Estamos, portanto,
vivamente diante da cavernosa
existência.
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