Uma breve reflexão sobre o curso das coisas: o que ainda somos?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Em breve, caso tenhamos tempo para pensar sobre o que ainda
existe que seja duradouro - cada um de nós comerá o outro, quando a noção
do que venha ser o Outro nos seja tão estranha, quanto a ‘certeza’ que não nos
garante saber quem de fato somos!
No quadro acima, “Saturno devorando um filho”, de
Francisco Goya, ilustra bem o que, ao menos no imagético, nunca saiu das nossas
entranhas: somos este misto de alguma coisa, que nunca atinge a sua completude.
Hoje mais do nunca somos o ‘minotauro’, não o centauro,
este último, ao menos possuía uma cabeça de homem, o primeiro, não.
Nestas condições, da luta do touro contra o próprio touro,
e não do touro contra o homem, a quem interessará surgir o vitorioso?
Por fim, o dito aqui é para chamar atenção para uma coisa:
na matéria que evolui, também lhe é inerente o curso que lhe pode fazer
retroceder.
Somos a própria ‘pedra’, agora atirada contra a nossa
cabeça!
Comentários
Postar um comentário