E assim são os nossos buracos: esta é a realidade!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O que é ter um caminho, a despeito de permanecer o
tempo todo sentado numa vaga ideia de
seguir por atalhos? Ter um caminho será cada vez mais raro,
quanto água para se beber, não obstante,
o nosso estado de afogamento. Ora, no fundo, no fundo não é desta busca que
estamos a caminho?
Sim, sujeito!...
O dito acima
nos obriga a falar do Sujeito. Do Sujeito, enquanto mera intersecção entre “ser
ou não ser”. É deste Sujeito que já nos
escapole que vamos usá-lo como “isca” para pescar outras realidades. Realidades
estas que neste mundo onde reina a “crise
da palavra”, todo sujeito é esburacado!
Bem, a
questão urgente relativa ao Sujeito é concernente
ao seu “esburacamento” , condição esta
pela qual toda palavra dita se esvai. Palavra?! O que é afinal a palavra, quando o
sujeito que fala ignora que está sendo ouvido, e o suposto ouvinte não sabe quem lhe dirige?
Ora, o corpo fala. Já sabemos disso. A questão é
quando a fala do corpo diz respeito apenas a nossa falta em relação a ele.
Ah! Sujeito, quanto
o corpo se sujeita! Por que será então que tanto corpo se joga? Não será este o
buraco pelo qual se escoa toda a violência que cala uma sociedade inteira?
Mas voltando a falar sobre caminhos... Quantos
zumbis seguindo o cheiro de tanto sangue! Quantos espantalhos de abraços
abertos afugentando seus atalhos! Todos, enfim, eufóricos acreditando seguir
seus próprios caminhos! Está é a realidade. Mas que realidade é esta?
Talvez assim seja a realidade. A realidade que já
não mais nos pertence, porque nela estamos todos sem nenhuma palavra.
Comentários
Postar um comentário