Em nome de quem, pai santo, pregamos o Outro em nosso lugar?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O mundo acabou. Isso não é uma previsão. É real.
Dane-se quem esperar por outro fim! O que temos que fazer é recomeçar... Mas
recomeçar juntando os escombros ou “caçando as bruxas”? Em nome de quem, pai santo,
estamos fazendo as nossas preces?
O escrito
acima é uma breve introdução para
uma reflexão sobre algumas cenas do nosso tempo (simples cenas ou sinais que
nos cegam?). A cena que nos servirá de
ponto de partida é uma que me fez lembrar os tempos medievais, quando em nome
da “justiça divina”, alguns homens se transformavam em “besta” em suas “caças
às bruxas”. Claro que tudo isso acontecia dentro dos mais nobres propósitos,
que era o de livrar o mundo daqueles que eram responsáveis pelos “castigos de Deus”.
Pois bem, o caso de que trata este texto aconteceu
em Guarujá, São Paulo, onde depois de um suposto retrato falado de uma sequestradora de criança que também
era acusada de ritual de magia negra, divulgada numa página do Facebook , a
dona de casa, Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, foi linchada por uma população
enfurecida. A cena, gravada e divulgada amplamente pelas redes sociais, revela
o quanto em nome de uma “justiça”, podemos ser cruéis. Pasmem! Segundo as preliminares investigações
policiais, a tal mulher de que trata o retrato falado, seria outra, e não a que
veio falecer depois pela violência praticada pelos populares.
Meu Deus! Se a moda pega, em nome não sei de quem, vamos ver muita gente sendo queimada
viva nas fogueiras! Isso se chama
intolerância! Os homens diante de um mundo virado de ponta- cabeça já não
contemplam o céu com a mesma cara, e o que veem lá em cima não lhe pode ser
mais semelhante!
Eis o perigo que nos ronda! Para testar a minha fé
pura – eu tenho que assar aqueles cuja fé, a despeito da minha, é crua!
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