Enfim as ‘redes’, e as dúvidas do pescador



Por Gilvaldo Quinzeiro


O ‘pano’ da realidade não é remendo para a multiplicidade das ‘redes’, nas quais muitos acreditam dormir um sono seguro. Porém, como diria a sabedoria cabocla, que tanto nos faz falta, “em rede puída, todo sono se rasga facilmente”.

O rasgo das nossas vidas, meu senhor, é bem mais embaixo!

A multiplicidade do ‘eu’, tornaria a pescaria de Pedro, quase impossível de almas. As religiões têm pescados como nunca, algumas, só calambanjos; outras, apenas a sede de si.

No que as ‘iscas’ se transformaram e em que mares vivem os ‘peixes’, meu senhor?

Por incrível que pareça, não é a dúvida que tem nos movidos, mas a ‘fé’. A fé, diga-se, pescada pelo medo!

O medo, este sim, tem sido indubitavelmente, o ‘salvador’ de muitas confrarias!

A realidade na sua infinita complexidade, tem sido o abocanhar de tudo! 

Pobres dos homens em seus ‘fios dentais’ – pesca do quê? Para quem pescar?

Enfim, a boa ou a má notícia, vai depender do que lado se lançar as redes, é que os mares estão secando; outros, se enchendo em demasia com o derretimento do gelo polar.

A verdade dos ‘peixes’ ou dos pescadores, meu senhor, enfim, vai um dia se revelar?

Na dúvida ou na demora das respostas, quão atual são os sermões do padre Antônio Vieira.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla