A política em doses cavalares
Por Gilvaldo Quinzeiro
Os búzios e as cartas serão jogados
hoje. São Jorge não sabe o que fazer da espada diante de tantos dragões. A
cachaça da nossa política traiu todos os bêbados; os becos ficaram estreitos demais,
pelo jeito, os ‘santos’ se manterão em silêncio por este longo dia: nem uma
resposta será antecipada!
Se é coincidência, não sabemos, mas o
mês de abril se acostumou a golpear feio a liberdade. Foi assim com o
Tiradentes. Foi assim em 1964. Será assim hoje?
O relinchar dos cavalos relembra-nos
a paradoxal figura do sábio Rui Barbosa: nem ele conseguiu fazer o milagre na
nossa economia – contra ele estavam os papeis, as canetas e a velha oligarquia
rural. Como se diz no dito popular: “o
Brasil é que nem rabo de cavalo, só cresce para baixo”!
A nossa política é ‘dose para cavalo’,
e quem não tem o rabo preso, ficou bicó ao pular a cerca de arame.
E assim, a história volta a se
confrontar. Um congresso religiosamente corrupto - a pregar o bem e a moralidade para uma nova
ordem. A nova ordem centrada em velhas cangalhas! Os mais rígidos dedos dos nossos deputados,
mesmo apontados para a nossa cara, não lhes ocultam a mão cheia de merda.
Em outras palavras, o Dia de hoje
será triste seja qual for o resultado da votação, porque nada é pior do que
vitória sem convencimento ou a derrota sem discernimento. Em que pese tudo
isso, isto é, a nossa política em dose cavalares, o melhor é a prevalência da
democracia e do Estado de Direito.
Pelo tom inflamado dos discursos
conclui-se que o que está em jogo não são só as cartas ou búzios, mas também as
mãos – ficar sem estas é mutilar as chances e as possibilidades, encurtando por
sua vez, a entrada em cena dos ‘burros de cargas’ – para estes todos os
caminhos serão compridos!
Então, primo?
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