Uma reação a cachaça dos nossos bêbados dias
Por Gilvaldo Quinzeiro
Que amanhã, se amanhã for, não me cuspam na cara os bêbados
desta ‘farra’ de agora, em que pese o meu desequilíbrio nesta corda bamba!
Não é do doce da
cana que ora se finca que eu tenho sede; nem dos engenhos do porvir, hoje a se
espalhar por fértil solo, eu estou a temer: o que me tritura de verdade é não
poder aproveitar com versos e canções os últimos raios de sol desse dia já
findo!
A monotonia do canto da cigarra pode ser o substituto do
cantar dos grilos, nesta densa moita de incerteza, mas resistirei a tudo isso,
eu prometo, a ouvir ainda que distante, o galo a romper as trevas!
O milho lançado as galinhas atraiu as raposas; como os cães
reagirão caro ao seu despertar, hei de ensinar os gatos a latir!
O que vier será substância da minha alquimia: nada a temer
dentro de mim!
Comentários
Postar um comentário