O ‘endinheiramento’ e as veias abertas ao inferno!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Em uma das mais belas
composições de Caetano Veloso, sampa, ele canta: “Do povo oprimido nas filas,
nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas”(...).
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas”(...).
O trecho desta música é o
ponto de partida para a inspiração do texto abaixo. Eu também me sirvo da fala de
Tarso Genro, em uma entrevista concedida a um canal de televisão.
Pois bem, prosperidade é uma palavra ‘religiosamente’ usada
com bastante fervor pelo conjunto da sociedade. Isso tem levado, salvo as
devidas proporções, ao ‘diabo’ do endinheiramento!
Na política e também na religião, o ‘diabo’ do dinheiro é
cada vez decisivo e sagrado. Em ambos os casos, castelos e catedrais são construídos
como resultado desse apego.
Em outras palavras, o endeusamento do dinheiro tem sido a
mola propulsora para tudo, incluindo para a existência da alma(?). É aqui que o
inferno se tem fincado bem dentro de cada um de nós.
Como disse Tarso Genro em uma entrevista: “o dinheiramento
da nossa política causou toda esta crise”. Eu acrescento: a política das ideias
e dos debates foi substituída pela mais terrível das ditaduras: a do dinheiro –
quem tem, manda; quem não tem se cala e obedece!
Imagine se as borboletas precisassem de dinheiro para polinizar
as flores: que tristeza seria do mundo inteiro!
A crise econômica mundial coloca em xeque a velha tradição
de se pensar o modelo de desenvolvimento como algo acumulativo e infinito:
quanto mais, melhor. Ora, a natureza em seus bilhões de anos e evolução tem
também seus limites. É preciso que entendamos isso!
Hoje a ‘prosperidade’ é entendia basicamente por duas
palavras: fama e dinheiro! Talvez por isso, tudo enfim, tem a duração de
uma mera ‘bolha de sabão’, e o resultado disso é o esvaziamento do sujeito.
Portanto, diante
disso, não temos dúvida, a depressão é hoje um dos sintomas mais comuns: este é
o preço a se pagar pelo atual estilo de vida!
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