Um diálogo com os ventos montanhosos
Por Gilvaldo Quinzeiro
Nobre xamã, o meu ‘cavalo’ empancou-se dentro de mim –
seguir em frente só andando sobre as águas.
E agora?
Quando os tempos não são apenas de chuvas no roçado, mas de
pedras caindo e tijolos arremessados por todos lados, aí sim, podemos dizer sem
dúvida que felizes eram aqueles tempos onde os problemas restringiam-se só a seca
ou só a as enxurradas, que castigavam a plantação!
Que diabos estão chovendo?
Meu nobre xamã, quão estranhos são os tempos de hoje: uma caçada a um único mosquito expõe a nossa
bunda sentada o tempo todo sobre tamanha complexidade!
A civilização inventará novos deuses?
Vejo uma ameaça maior do que a picada de todos os mosquitos
juntos: a febril histeria coletiva vinda em curso!
Sim, meu nobre xamã, não haverá lençóis para o frio; nem
algodão para as feridas e nem chás para este tipo de febre!
As autoridades que subestimaram um mosquito, não
compreenderão a partida de uma população em pânico!
Amém?
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