O amor e o ódio: em nome de quem estamos morrendo?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Na tarde de ontem, eu me pus a falar e a refletir bastante sobre
uma das mais ricas temáticas: amor e ódio. Neste texto, eu exponha e
compartilho um pouco desse falar e desta reflexão. Ei-la.
Não amar de jeito
algum para alimentar-se da certeza de que este é o único meio pelo qual se obterá
o controle sobre o outro e a si mesmo, poupando-se de se ver na condição de
bicho frágil – esta tem sido a escolha de muitas pessoas nos vorazes dias de
hoje. Porém, esta escolha levará a uma das
mais penosas consequências: a escravidão do ódio como sentimento substituto!
O ódio é um sentimento espalhafatoso talvez por isso seja
tão atraente.
Imagine o seguinte caso: uma moça que com unhas e dentes se
agarra a perfeita imagem que fez de si, como a ‘princesa’ ou a ‘namoradinha’ do
papai - imagem, esta, sem a qual não conseguiria viver, de modo que, vive
fugindo das ameaças reais ou imaginárias no sentido de evitar o ‘desmanche’
desta tal construção imagética.
Ela, a moça citada aqui, já tem um caso único de amor, qual
seja, com a autoimagem. O outro a qual ela diz amar – quem diabo é?
Rica e pobre moça, não sabe ela que no final da vida,
morrerá por ódio por não ter de fato conseguido amar a ninguém, nem realmente a
si mesma!
Pois bem, assim como não é fácil distinguir a cobra
peçonhenta, da não peçonhenta, o amor e o ódio, nos dias de hoje, ficam cada
vez mais parecidos. E o adoecimento está, não pelo efeito do veneno, mas na
nossa dor de cabeça em saber por quem de fato, fomos picados!
Andamos todos ‘envenenados’ por alguma coisa: matamos ou morrermos
em nosso próprio nome, mas o que nos move ou nos impele ao ato fatídico é a
serpente dos nossos sentimentos!
Cuidado com a sua picada, minha princesa!
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