"Itapalavras"

Por Gilvaldo Quinzeiro Eu vi, ouvi e colhi histórias vivas sobre Rio Itapecuru numa “Monção Poética”; era uma manhã de julho, numa quarta-feira... Vi o rio serpenteando, quase morrendo sobre as pedras. Pedras quase de rio e rio quase de pedras. Vi menino se atirando do alto dos galhos das árvores como se fora um martim-pescador. Vi cipó balançador feito de ‘perna de arame’, roubado, talvez, de muitas cercas que serpenteiam às margens do rio, como se do rio fossem. Vi muitos socós, lavandeirinhas, inhumas, garças, bem-te-vis e martim-pescador Vi velhos lançarem as varas com seus anzóis. Vi meninas e meninos tibungando nas águas. Águas finas, mas grossas, as vezes, de tanto sujo. Vi e ouvir histórias também assombrosas: o uso da carne de camelão – existem tantos por lá – para atrair piranhas. Vi tragas sugarem das suas profundezas, aquilo pelo qual lhe faz hoje tão raso e tão seco. Vi canoas ancoradas a espera...