“Os cinquenta tons de cinza” da nossa pálida vida!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Feche a porta. Se preferir apague a luz. Por precaução
amarre-se na perna da cama ou na minha. Começa agora uma narrativa em seus “cinquenta
tons de cinza”. Não importa se ai como dói ou se ui como é bom!
Ponha um pouco de vinho, mas se quiser coloque uma pitada
de pimenta.... Eu não vou falar de sexo, ao menos do explícito – sexo hoje é
tudo, até o substituir por chocolate como vêm fazendo muitas inglesas. Ora,
ora, como Freud tinha razão! Pergunte aos adolescentes como eles se masturbam,
senão o tempo todo em que passam com o celular nas mãos!
Então, como negar que o nosso dia a dia se
tornou um ritual sadomasoquista: ninguém
assume que faz, mas na hora H todos estão preso a ele!
A corrupção, por exemplo, se tornou uma espécie de ‘sexo explícito’
na terceira idade: luxo, objeto de arte, bebida, viagens, mulheres. Tudo
agregado a experiência de uma vida. “Cinquenta
tons de cinza” aqui é pouca corda para muito pescoço. O problema é a dor ou o prazer,
para muitos, na hora de colocar as algemas!
Ui!
Por falar em dor e prazer, aquele caso da pastora Bianca
Toledo e do pastor Felipe Heiderich,
que ganhou repercussão nacional, no qual, este último foi preso acusado de
abusar sexualmente do seu enteado de 5 anos de idade, é merecedor de uma
reflexão. Depois de ver o vídeo da bela cerimônia de casamento dos dois, tudo
conforme o figurino, enfim, ele, fazendo aquela declaração de amor que até eu
me ‘apaixonei’, e, depois vem o lado obscuro: que dor!
A fé é
sim uma fortaleza! A religião, o porto seguro, porém, a experiência com Deus é
pessoal. Saber que uma das mãos que aperta a de Deus é a minha, é fincar os pés
na estrada espinhosa do autoconhecimento. Como já disse em outros momentos, ‘o
bicho’ que corre atrás de mim, sou eu!
Sim,
neste mundo regido pela égide do imagético e da ostentação, abraçamos e nos
casamos com as primeiras ‘fotos’ – com aquilo que agrada aos olhos dos outros,
enquanto os nossos cegos, só enxergarão mais tarde, depois de não mais poder
sarar as feridas...
Enfim,
o poder e o prazer, o ferro e a pele não nos parecem distintos, quando a palidez
viva da nossa vida, nos faz confundir os tons reais das coisas.
O
prazer, que em nada é absoluto, senão naquilo que nos escapa, nestes nossos
dias de ‘bolhas’ o fazemos como ‘ferro’, daí vem as cercas
e as grades das nossas prisões!
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