Nada de “mundo novo” em 30 anos. Só velhos escombros!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Entre quedas de muros e de mundos, entre “primaveras
árabes” e outras estações; a improváveis cabeças de líderes políticos expostas
em um prato, como se de cabeça em cabeça se servisse o mundo -, tudo
isso em menos de 30 anos – apesar de todas as violentas mudanças que ocorreram,
o “mundo novo” ainda não se levantou, especialmente para aqueles que ainda
vivem sob os escombros!
É exatamente debaixo dos ‘escombros’ que algumas vozes
começam a falar que nada mudou, ou pelo menos a mudança anunciada não veio. Cito
por
exemplo, a voz do iraquiano Khadim
al-Jabbouri que, numa reportagem publicada pelo site da BBC de Londres, disse “arrepender-se
de ter derrubado a estátua de Saddan Russein”, após a invasão das tropas dos
Estados Unidos, em 2003. Ele, Khadim al-Jabbouri, foi quem primeiro tomou a
inciativa de derrubar a referida estátua, e sua foto estampou as capas de
jornais e revistas do mundo inteiro.
Segundo a reportagem aqui
citada, Khadim al-Jabbouri vive hoje como refugiado no Líbano.
De fato, em apenas 30 anos
não se constrói um “mundo novo”, porém, o mesmo não é verdade quando se quer
destruir o velho: impérios inteiros
estão sendo colocados no chão, mas, quando e para quem serão erguidos os novos?
Enquanto este novo mundo não
vem, somos as dores e as contrações dessa gravidez prolongada. Até quando?
A onda de refugiados vítimas
das guerras, encolhe o mundo: muitos acenam, mas, gestos concretos, nada!
Nada quem sabe nadar: os que
não sabem, morrem no mar a caminho das terras estrangeiras!
Quanto as outras vozes, o
que dizem? E quanto as mudanças em curso no Brasil apontam para onde? E aquelas
cabeças já ‘encomendadas’ vão alimentar a quem?
Em breve estamos chegando em
Marte. Há quem sonhe em conquistar outros longínquos planetas -, e quanto os
escombros deixados na Terra?
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