Bebemos da mesma água, que nos faz ‘bichos’?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Há entre nós por
força das mudanças na engrenagem do tempo quem não seja mais um de nós: corra, pois,
o ‘bicho’ pode ser aquele que acabou de fechar a boca!
Os meninos bebem a solidez dos seus quintais
vazios: já não brincam mais como meninos; seus jogos simulam a realidade
despedaçada – juntá-la só ‘pescando’ as cabeças!
A propósito, nesta semana um adolescente de 15 anos foi
preso na cidade de São Carlos (SP), acusado de matar o comerciante Rosemir Aparecido Landi, de 40 anos de idade,
que teve a cabeça decepada pelo acusado. Na delegacia o adolescente disse ao
Delegado Gilberto de Aquino que “ sempre teve vontade de 'cortar a cabeça’ de
alguém”. O crime foi cometido na madrugada do último dia 3 em um
cruzamento daquela cidade.
O mais assustador é que este
fato é apenas um entre muitos que ocorrem todos os dias. O número destas
ocorrências reacendeu a discussão em torno da antecipação da maioridade penal.
Em julho, na cidade de São
Luís, uma adolescente de 14 anos foi acusada de matar a própria mãe com ajuda
do seu namorado, outro adolescente de 16 anos.
Voltando a falar sobre as
mudanças das ‘engrenagens do tempo’, o fato é que já não tiramos mais fotos para
mera recordação, e sim, para nelas nos fincarmos definitivamente, posto que a
realidade se apresenta a nós como se bolhas fossem.
Neste contexto em que a
realidade se apresenta como ‘bolhas’, o que é o corpo? Ora, nestas condições aqui
aludidas como enfim se dá conta do próprio corpo senão o arremessando?
A violência nua e crua tem
sido, portanto, uma espécie de ‘pescaria’ onde muitos adolescentes tentam
sentir fisgado por suas cabeças. Fora disso quem sabe para que servem as mãos?
Bom domingo a todos!
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